Régis Bonvicino na FLUC

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Régis Bonvicino, importante poeta brasileiro, estará amanhã na FLUC para uma sessão sobre o seu novo livro, A Nova Utopia. A obra de Bonvicino foi reunida em 2010 no volume Até Agora, que colige a sua produção entre 1975 e 2006. Após essa reunião, o poeta editou Estado Crítico, em 2013, e, em 2020, Deus devolve o revólver, libreto editado ao mesmo tempo que o álbum produzido por Rodrigo Dário, músico e designer, no qual Bonvicino diz poemas acompanhado por uma barragem sonora que configura uma experiência definida por Alcir Pécora, no seu prefácio, como “poesia eletrónica heavy” (o álbum pode ser ouvido no YouTube e noutras plataformas). O livreto integra agora A Nova Utopia.

Régis Bonvicino dirige também, há vários anos, uma importante revista de poesia online, a Revista de Poesia e Crítica Literária Sibila. Tudo isto são razões mais que suficientes para os interessados na poesia brasileira contemporânea se deslocarem amanhã, pelas 15h, ao Anfiteatro III da FLUC, no 4º piso.

IluEstrada. Um itinerário com ilustradores brasileiros

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Na semana de 21 a 25 de novembro terá lugar na FLUC a IluEstrada. Um itinerário com ilustradores brasileiros. A iniciativa, uma proposta de Thales Estefani para o Instituto de Estudos Brasileiros da FLUC, inclui uma exposição, pelo espaço de uma semana, do trabalho de seis ilustradores/as brasileiros/as residentes em Portugal no átrio do Teatro Paulo Quintela. Eis o texto de referência do evento:

A palavra escrita e a imagem pictórica nunca estiveram desassociadas; desde a origem das letras do alfabeto – por processos de simplificação de pequenos desenhos –, passando por manuscritos antigos repletos de iluminuras, aos livros ilustrados – infantis ou não – que estabeleceram diferentes relações multimodais através de técnicas desenvolvidas por artistas, designers e editores.

A ilustração brasileira é mundialmente reconhecida e apreciada. O Brasil já foi homenageado duas vezes na Feira do Livro Infantil e Juvenil de Bolonha, o evento mais importante do género no mundo, e muitos(as) ilustradores(as) brasileiros(as) já venceram diversos prémios internacionais. Mas as obras artísticas não viajam pelas várias partes do globo sozinhas.

O objetivo do IluEstrada é criar um caminho, um percurso para o encontro, entre ilustradores/as brasileiros/as e o Instituto de Estudos Brasileiros da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. É uma via de acesso que convida a todos/as os/as que quiserem nos acompanhar para compartilhar experiências e compreender melhor os processos de conceção e técnicas de realização de livros ilustrados – e não só.

A partir da metáfora de uma “BR” que cruza o Atlântico, trazemos a Coimbra artistas que compartilharão suas trajetórias, suas carreiras – em toda a polissemia das palavras –, contribuindo para fortalecer a presença das obras ilustradas no contexto da FLUC e difundir a sua importância à comunidade em geral.

No dia 25 os/as ilustradores/as em causa estarão presentes na sala do Instituto de Estudos Brasileiros para duas mesas-redondas:

10.45: Mesa-Redonda sobre “Ilustração e Literatura Infantojuvenil”.
Ilustradores: Alexandre Rampazo, Carlo Giovani e Yara Kono
Moderação: Jaqueline Conte

15.00: Mesa-Redonda sobre “Ilustração e Desdobramentos”.
Ilustradores: Renata Bueno, Najla Leroy e Evandro Renan
Moderação: Thales Estefani

A jornada abrirá com uma visita guiada pela exposição, entre as 10.00 e as 10.40.

Como se disse acima, a Iluestrada é uma proposta de Thales Estefani, estudante do Programa de Doutoramento em Materialidades da Literatura, responsável por toda a conceção do evento e autor também do cartaz.

O evento será presencial e serão distribuídos certificados de presença.

O Grafatório e Fernando Pessoa: uma apresentação

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Com sede em Londrina, Paraná, o Grafatório é, como se pode ler no seu site, “uma associação cultural sem fins lucrativos, baseada em Londrina. O coletivo reúne pesquisadores, designers, artistas visuais e outros profissionais ou amadores que se interessam pelo abrangente universo das artes gráficas.” O catálogo do Grafatório, no qual é difícil indicar um livro ou objeto não colecionável, mostra bem o propósito de dar um passo atrás em relação ao devir digital das artes gráficas, recuperando segmentos importantes da tradição da tipografia a chumbo, para dar dois passos em frente, no sentido de uma tipografia pós-digital.

O último título do Grafatório, uma edição de Diego Giménez, é um volume de Fernando Pessoa com o título Escrever é Esquecer, razão pela qual o IEB acolherá no próximo dia 2 de novembro, pelas 16h, na sua sala, uma sessão na qual quer esta mais recente publicação, quer o trabalho do Grafatório, serão objeto de apresentação e debate. Pelo Grafatório estará presente Felipe Melhado, que descreverá o processo de produção do Grafatório e do volume de Fernando Pessoa. A sessão contará também com a presença de Diego Giménez.

A sessão será presencial e serão atribuídos certificados de presença a quem os solicitar.

O cartaz da sessão é de Thales Estefani.

Salloma Salomão no IEB

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Amanhã, terça-feira (18 de outubro), pelas 19h, o IEB recebe a conferência “O Teatro Experimental do Negro”, por Salloma Salomão. A conferência abordará a trajetória do Teatro do Negro e de Abdias do Nascimento a partir da relação com a atividade artística do próprio Salloma, tendo em vista o contexto brasileiro.A sessão integra a Mostra São Palco 2022 Teatro Brasileiro em Portugal, uma amostra das
vias de criação teatral contemporânea brasileira.

Salloma Salomão Jovino da Silva é músico, performer, Doutor em História (PUC-SP) e
Pesquisador associado ao Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. É consultor
da Secretaria de Educação do Município de São Paulo e tem como especialidades temas como
cultura musical, lutas pela liberdade, práticas culturais negras no século XIX e XX, identidades
étnicas e movimentos negros urbanos, sociabilidades negras em São Paulo e musicalidades
africanas. Dos trabalhos recentes, destacam-se Agosto na Cidade Murada (2018) e a trilha
sonora do filme Todos os Mortos, de Caetano Gotardo e Marco Dutra, selecionado para o Festival
de cinema de Berlim e premiado no Festival de Cinema de Gramado em 2020.

A sessão será presencial.

IEBOM: o que é bom sempre começa

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Com periodicidade espaçada, mas regular, passará a ter lugar na sala do IEB, sempre a uma terça-feira entre as 13.30 e as 14.00, uma iniciativa intitulada IEBOM [ler E é bom!]. A iniciativa visa apresentar brevemente um aspeto da história, da cultura  e da literatura brasileira, em ambiente informal, enquanto se toma um cafezinho e se come um bolinho.

A primeira realização, a cargo de Elizama Almeida de Oliveira, estudante do programa de doutoramento em Materialidades da Literatura, visa apresentar algumas das fotos que integram o corpus fotográfico realizado por Marcel Gautherot na construção de Brasília. Segue-se o resumo da atividade:

IEBOM falar sobre Brasília

As fotos de Marcel Gautherot, feitas na década de 1950, mostram a construção da capital do Brasil, que hoje abriga a política e suas tensões. Projetados pelo arquiteto Oscar Niemeyer, os edifícios curvilíneos foram erguidos no coração do país pelas mãos de trabalhadores conhecidos como candangos.

Sob a guarda do Instituto Moreira Salles (RJ), a série fotográfica feita por Gautherot capta o nascimento de Brasília e será comentada por Elizama Almeida, no dia 11 de outubro, às 13h30.

A fala abre a série IEBOM.

Mais informações sobre Marcel Gautherot:
https://ims.com.br/2017/06/01/sobre-marcel-gautherot/

O cartaz é de Thales Estefani.

É isso aí, gente: apareçam!

Grace dos Anjos no IEB

Grace dos Anjos, Professora de Língua e Literatura Latina da Faculdade de Letras da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), fará no próximo dia 4 de outubro, pelas 18h, na sala do Instituto de Estudos Brasileiros, uma conferência intitulada “Foi vendido o peixe, e acastanha, q remetti a elles: sobre a perspectivação passiva do acontecer verbal em cartas comerciais manuscritas do século XIX”.

A Professora Grace dos Anjos leciona na UFAM, em nível de graduação e pós-graduação, disciplinas pertinentes à Variação Linguística, à Linguística Histórica do Português, ao Latim Clássico e à Literatura Latina. É coordenadora do Projeto de Pesquisa ‘Cartas dos séculos XIX e XX: organização de um corpus diacrónico do português registrado no Amazonas no período áureo da borracha’ e membro efetivo do Programa de Pós-Graduação em Letras da UFAM. É Doutora em Letras pela Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Eis o resumo da conferência::

Para tratar do afrouxamento da concordância verbal (Fizeram-se as ultimas transações /não se sabe bem os motivos) em contexto de passivas sintéticas, considero 867 (oitocentas e sessenta e sete) correspondências trocadas entre os Araújo (família portuguesa, proprietária da maior empresa de aviamento dos tempos áureos da borracha) e os que viviam no interior amazônico ao longo dos anos de 1880 a 1889. De abordagem sociofuncionalista, meus estudos apontam, a exemplo do que propõe Carvalho (1990, p. 90), que, em razão da falta de clareza da passiva sintética, “em seu lugar, reina soberana, nas línguas românicas, a passiva analítica”.

A conferência será presencial. Serão atribuídos certificados de presença.

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Sérgio de Carvalho no IEB

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Sérgio de Carvalho, dramaturgo, encenador e pesquisador de teatro, professor na Universidade de São Paulo na área de dramaturgia e crítica, fará hoje, pelas 19h, uma conferência na sala do Instituto de Estudos Brasileiros sobre “Teatro e Sociedade no Brasil Colónia”.

Fundador da Companhia do Latão, grupo teatral de São Paulo, é, desde 2018, também diretor do tusp, Teatro da Universidade de São Paulo e vice-diretor do Centro Universitário Maria Antonia. Foi professor de teoria do teatro na Unicamp entre 1996 e 2005 e da Escola Livre de Teatro de Santo André, entre 1992 e 1993. Tem mestrado em Artes na USP (1996), com dissertação sobre o crítico Anatol Rosenfeld. Tem doutoramento em Literatura Brasileira na USP (2003), com uma tese sobre o teatro modernista em São Paulo.

Na sua conferência no IEB apresentará vários estudos, ainda em desenvolvimento, sobre formas de teatralidade no Brasil entre os séculos XVI e XVII.

“Sobre o ensino da literatura”: programa

Publicamos hoje o programa do evento presencial do próximo dia 30 no IEB-FLUC, Sobre o Ensino da Literatura:

9.30: Abertura

10.00: Ana Maria Machado e Rita Patrício, “Ensinar literatura para quê?”

11.30: João Dionísio e Osvaldo Manuel Silvestre, “Avaliação do mérito e crise das humanidades”

14.45: Abel Barros Baptista e Benedito Antunes, “O cânone em língua portuguesa”

16.30: Alcir Pécora e Rui Mateus, “Na sala de aula”

18.00: Encerramento

A jornada será presencial e não emitida em direto. Será, contudo, gravada e o podcast será difundido alguns dias depois.

O evento conta com o envolvimento dos Mestrados em Ensino do Departamento de Línguas, Literaturas e Culturas, do Programa de Doutoramento em Materialidades da Literatura, do Mestrado e do Doutoramento em Literatura de Língua Portuguesa e ainda com o apoio do Centro de Literatura Portuguesa e do Departamento de Línguas, Literaturas e Culturas. Serão distribuídos certificados de presença.

São Palco: o Brasil em cena em Coimbra

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Começa hoje, no âmbito alargado das celebrações dos 200 anos de independência do Brasil, a mostra SÃO PALCO. Teatro Brasileiro em Portugal, que traz a Coimbra e outras cidades portuguesas um conjunto significativo de companhias teatrais brasileiras. Este ciclo tem como curador Jorge Louraço Figueira, dramaturgo, encenador e professor na ESMAE, doutorado em Estudos Artísticos pela FLUC. O ciclo conta com a colaboração do Instituto de Estudos Brasileiros, que acolhe hoje o debate “Onde está o Nordeste?”, antecedendo o primeiro espetáculo, A invenção do Nordeste, pelo Grupo Carmin, no Teatro Académico de Gil Vicente, pelas 21h30m.

O teatro é uma das áreas mais efervescentes da cena artística brasileira, razão pela qual não faltarão motivos para que quem se interesse por teatro, ou pelo Brasil, se desloque a uma das salas que em Coimbra receberão espetáculos ou debates.

Colóquio Sobre o Ensino da Literatura no IEB

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O Instituto de Estudos Brasileiros organizará, no próximo dia 30 de setembro, uma jornada intitulada SOBRE O ENSINO DA LITERATURA. A PARTIR DE PAULO FRANCHETTI. A jornada parte, como o título sugere, do recente livro de Paulo Franchetti Sobre o ensino da literatura (UNESP, 2021), funcionando também como ocasião para homenagear um colega que nos últimos anos colaborou em várias ocasiões com o IEB, dando conferências, aulas e cursos intensivos. Paulo Franchetti integrou também, por vários anos, a Comissão de Avaliação Externa do Programa de Doutoramento em Materialidades da Literatura, da FLUC.

Eis o texto descritivo do evento:

A disparidade entre a prática definidora de uma profissão – o ensino da literatura – e o volume de reflexão sobre essa prática manifesta-se, desde logo, na escassez de produção sobre o assunto, quando confrontada com a abundância de escrita sobre literatura. Esse é, aliás, um tópico inicial do recente livro de Paulo Franchetti, Sobre o Ensino da Literatura (2021), que também por essa razão funcionará como fonte e pretexto para a jornada de debate sobre a questão, que o Instituto de Estudos Brasileiros promoverá no próximo dia 30 de setembro, aproveitando para homenagear o trabalho do autor (visita recorrente no IEB nos últimos anos) no domínio dos estudos brasileiros e portugueses. O evento conta com o envolvimento dos Mestrados em Ensino do Departamento de Línguas, Literaturas e Culturas, do Programa de Doutoramento em Materialidades da Literatura, do Mestrado e do Doutoramento em Literatura de Língua Portuguesa e ainda com o apoio do Centro de Literatura Portuguesa e do Departamento de Línguas, Literaturas e Culturas.

Participam na jornada os seguintes especialistas: Abel Barros Baptista (UNL), Alcir Pécora (UNICAMP) [por Zoom], Ana Maria Machado (Universidade de Coimbra), Benedito Antunes (UNESP-Assis) [por Zoom], João Dionísio (Universidade de Lisboa), Osvaldo Manuel Silvestre (Universidade de Coimbra), Rita Patrício (Universidade de Lisboa), Rui Mateus (Centro de Literatura Portuguesa).

A jornada decorrerá no formato de mesas-redondas dedicadas a quatro grandes temas:

  1. Ensinar literatura para quê?
  2. O cânone em língua portuguesa
  3. Avaliação do mérito e crise das humanidades
  4. Na sala de aula

O evento será basicamente presencial, ainda que contando com algumas participações online, e será objeto de gravação sonora. O podcast do evento será posteriormente difundido. Serão atribuídos certificados de presença.

A realização do cartaz do evento é de Thales Estefani.

Telefone sem fio/estragado: um balanço

 

Buscando produzir uma ação que interrompa (simbólica e factualmente) os elos da transmissão parafrástica dos lugares comuns da historiografia modernista, o Grupo de Estudos da Deriva realizou nos dias 17 e 18 de maio, no Instituto de Estudos Brasileiros da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, um jogo de telefone sem fio/estragado com “O Movimento Modernista”, conferência de Mário de Andrade proferida em 1942 e base da história monumental do modernismo paulista/brasileiro (ver post anterior neste site).

Como o Grupo já tinha atestado em ação prévia, o logos não é facilmente desmobilizável – seja embaralhando um texto, como já foi tentado (https://doi.org/10.11606/issn.1984-1124.v1i26p190-209), seja transmitindo-o num circuito pensado para o deturpar, como foi o caso agora. À questão do logocentrismo, somam-se também questões de ordem tecnológica, e os resultados obtidos foram variáveis, desde trechos pouco alterados no fim da cadeia de transmissão telemática-sussurrante até trechos com sentido bastante deturpado. O texto final completo será publicado em momento oportuno. Continue reading

O design do IEB por Ana Sabino: 2014-2021

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O colóquio DESBUNDADOS E PORRALOUCAS incluirá, na sua programação paralela, uma exposição dos cartazes elaborados por Ana Sabino para o Instituto de Estudos Brasileiros no período de 2014 a 2021. A exposição será inaugurada na manhã do dia 20, com a presença da designer. Para essa exposição, Ana Sabino escreveu um texto que transcrevemos aqui:

O MODELO

[modelo de cartaz com grelha visível— Hilda]

Foi no dia 24 de novembro de 2014 que nasceu o primeiro cartaz, o cartaz-modelo, anunciando um curso de Tupi moderno. Limpo, escorreito, com espaço para texto numa grelha suficientemente flexível para futuras variações, dando primazia à imagem, em baixo, num formato quadrado. Com cor, mas apenas uma. Não só por uma questão de parcimónia — mais até por uma questão de força. A realidade em volta do cartaz terá todas as cores; restringir essa oferta é uma forma de destacar (separar, distinguir) o que está dentro do cartaz daquilo que está fora. Além de que dá imenso jeito para disfarçar a eventual falta de qualidade em futuras imagens… que é algo sempre previsível neste tipo de trabalhos. 

Nasceu apressado, mas veio em bom dia. Ao longo das suas multiplicações foi-se ajustando aos vários conteúdos, à disponibilidade das imagens, ao tempo e disposição da designer. Como constante, uma encomenda sempre respeitosa, estruturada, clara e não raramente criativa e estimulante — atributos que qualquer designer dá graças por ter numa encomenda. Foram essas características, sem dúvida, que mantiveram esta troca durante sete anos, entre 2014 e 2021.  Continue reading

O Movimento Modernista, telefone sem fio/telefone estragado

Sala do Instituto de Estudos Brasileiros/Universidade de Coimbra
17 e 18 de maio/2022
a partir de 12:30 (PT), 8:30 (BR)
Streaming ao vivo:
https://bit.ly/3yI5aso

Proposição

“O Movimento Modernista”, conferência proferida por Mário de Andrade em 1942 e publicada em livro no mesmo ano (depois reunida em Aspectos da literatura brasileira), forma e informa o que se entende por “modernismo brasileiro”, constituindo mesmo a doxa da modernidade artística e literária do início do século XX no Brasil. É possível dizer que se trata de peça-chave da história, da historiografia, da mitologia e da mitografia do modernismo brasileiro. Além disso, o texto organiza um conjunto de critérios, já originalmente normativos, para a criação e avaliação de uma cultura nacional (com pretensão universalista). Sem que o texto seja explicitamente referido, seus argumentos principais estão sempre presentes tanto em manuais e em discursos normalizadores a respeito do modernismo brasileiro quanto em discursos críticos de reavaliação. Aliás, o texto inaugura a prática (apenas aparentemente paradoxal) da comemoração triunfalista do modernismo por meio de sua reavaliação crítica, o que pode ser observado agora em curso durante as celebrações do centenário da Semana de Arte Moderna. O propósito desta performance é substituir esse jogo de cartas marcadas por um outro jogo. Um que faça com que o texto continue sendo repetido, mas agora com ruídos e deturpações. A ideia é instaurar artificialmente uma situação na qual o texto circule à deriva, em contraposição à sua normalização parafrástica. Inspirando-se em um dos Jogos de arte de Regina Silveira da década de 1970 (mais precisamente a ação Jogo do segredo – alterações em definições de arte, realizada em 1977 no MAC/USP), propõe-se um jogo de telefone sem fio com o texto integral da conferência de Mário.

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Desbundados e Porraloucas: Programa do colóquio

Publicamos hoje o PROGRAMA do colóquio DESBUNDADOS E PORRALOUCAS. A CONTRACULTURA REVISITADA.

O colóquio terá lugar na sala do IEB-FLUC nos próximos dias 19 e 20 de maio.


Dia 19 de maio


9h30m: ABERTURA

9h45m: Marcelo Moreschi: “PanAmérica: epopeia maquinal-alucinada”

10h10m: Steve Wilson: “’The subway is not the underground’: some coordinates for counterculture in the United States of America”

10h35m: Pedro Serra: “California Trip. Vindicação de Maria José Ragué Arias”


[Pausa para café]


11h30m: Keissy Carvelli: “Minha classe gosta logo é uma bosta: sístole e diástole em romance inacabado de Paulo Leminski”

11h55m: Gustavo Rubim: “Enciclopédia da cuca fundida: anotações a fugir do Catatau em época de solenidades joyceanas” Continue reading

Desbundados e Porraloucas: uma descrição

Publicamos hoje o texto de referência do colóquio DESBUNDADOS E PORRALOUCAS. A CONTRACULTURA REVISITADA, que terá lugar na sala do IEB-FLUC nos próximos dias 19 e 20 de maio.

A Contracultura Revisitada

Numa das suas várias tentativas de concetualização do fenómeno da contracultura, o brasileiro Luiz Carlos Maciel analisa a sua “evolução interna” nos termos de uma passagem do hedonismo à politização e, por fim, ao misticismo profético, o que mostra bem a dificuldade de descrição de um fenómeno que, na sua diversidade, pôs o acento tónico mais na investigação subjetiva e nas mudanças globais de costumes (culturas do corpo e do sexo, demandas identitárias e multiculturais, direitos civis e de minorias, consumo de drogas, etc.) do que na crítica da sociedade de classes e da estrutura de poder. O pano de fundo histórico deste processo é, de resto, conhecido: anos 60, reação ao consenso da sociedade do consumo do pós-guerra, produção de alternativas comunitárias, desencanto político com as referências dos dois blocos da Guerra Fria, a revolta que explode em maio de 68. No Brasil, a década de desenvolvimentismo, cujo ícone maior será Brasília, dissocia-se progressivamente da ideia de democracia a partir de 1964, enquanto na Península Ibérica as ditaduras se prolongam sem fim à vista, no caso português com a guerra colonial em África que condena toda uma geração. Continue reading

Desbundados e Porraloucas. A Contracultura Revisitada no IEB

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Nos dias 19 e 20 de maio próximo terá lugar no Instituto de Estudos Brasileiros da FLUC um colóquio internacional com o título DESBUNDADOS E PORRALOUCAS. A CONTRACULTURA REVISITADA. Com um foco na situação brasileira entre os anos 60 e 70, o colóquio terá, contudo, um perfil comparatista, abordando a contracultura em países como os EUA, a Espanha ou Portugal e interrogando atitudes constantes e ocorrências anteriores e posteriores, nomeadamente no universo da cibercultura.

Participarão no colóquio os seguintes docentes e investigadores: Alcir Pécora (UNICAMP, Brasil) [por Zoom], Alva Teixeiro (Universidade de Lisboa), Bruno Fontes (Materialidades da Literatura), Diogo Marques (IELT-NOVA-FCSH), Ernest Bowes (Centro de Literatura Portuguesa), Fernando Guerreiro (Universidade de Lisboa), Graça Capinha (Universidade de Coimbra), Gustavo Rubim (IELT-NOVA-FCSH), Gustavo Silveira Ribeiro (UFMG, Brasil), Jorge Louraço Figueira (ESMAE), Keissy Carvelli (UNESP-Assis, Brasil), Marcelo Moreschi (UNIFESP, Brasil), Nuno Neves (Centro de Literatura Portuguesa), Osvaldo Manuel Silvestre (Universidade de Coimbra-IEB-CLP), Pedro Serra (Universidade de Salamanca, Espanha), Rita Marrone (Centro de Literatura Portuguesa), Stephen Wilson (Universidade de Coimbra), Vincenzo Russo (Universidade de Milão, Itália).

O programa do colóquio será anunciado em breve. O colóquio será presencial e terá lugar na sala do instituto de Estudos Brasileiros da FLUC. Serão atribuídos certificados de presença.

O cartaz do evento, realizado por Thales Estefani, é livremente inspirado no trabalho gráfico de Luciano Figueiredo para a mítica revista Navilouca.