O “Estilo Neocolonial”, hoje quase esquecido, gozou de uma preeminência considerável na cena arquitetónica do Brasil. Nascido da reação nacionalista contra o ecletismo dominante nos primeiros anos do século XX, o Neocolonial encontrou a sua justificação na ânsia de buscar, nas formas de origem portuguesa, uma arquitetura que pudesse ser definida como genuinamente brasileira. A ideia, propugnada em artigos e conferências pelo arquiteto português Ricardo Severo, radicado em São Paulo, foi adotada por vários intelectuais e encontrou o seu mais famoso defensor na figura de José Marianno Filho. A partir da década de 1930, o Neocolonial foi substituído pelo modernismo na preferência dos arquitetos e do público.

Carlos Kessel é historiador e diplomata de carreira. Possui graduação em Arquitetura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, e mestrado e doutoramento em História Social pela mesma instituição. É autor dos livros Arquitetura Neocolonial no Brasil: entre o pastiche e a modernidade; Tesouros do Morro do Castelo; A vitrine e o espelho: o Rio de Janeiro de Carlos Sampaio; e Um balcão na Capital: Memórias do comércio na cidade do Rio de Janeiro. Atualmente chefia o Setor Cultural e Educacional da Embaixada do Brasil em Portugal.