Uma imagem atravessa a obra poética de Ferreira Gullar: a de um sujeito agarrado, preso a algo que é mais forte do que ele, que não consegue desenvencilhar-se, desagarrar-se, libertar-se totalmente. Podem-se visualizar três grandes movimentos básicos ao longo do processo poético gullariano, a explorar na conferência: um movimento de agitação de matéria, que tem como referência  A luta corporal , um movimento de intensificação radical da memória, inscrito no Poema sujo e, finalmente, um movimento de pulverização de objeto,  traço do seu último Em alguma parte alguma.

Anelito de Oliveira é professor e pesquisador do Programa de Mestrado em Estudos Literários da Unimontes (MG). Doutor em Literatura Brasileira pela Usp e Mestre em Literatura Brasileira pela UFMG. Editor do Suplemento Literário de Minas Gerais no período de 1999 a 2003, editor da Revista Orobó no período 1997 a 1999, fundador e editor da Orobó Edições e Diretor Executivo da Inmensa Editorial. Organizou O defunto e a escrita: Machado de Assis segundo Brás Cubas (1999) e Fenda: 16 poetas vivos (2001). Publicou A aurora das dobras: introdução ao barroco poético de Affonso Ávila (ensaio, 2013), além de vários volumes de poesia.

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