O Grafatório e Fernando Pessoa: uma apresentação

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Com sede em Londrina, Paraná, o Grafatório é, como se pode ler no seu site, “uma associação cultural sem fins lucrativos, baseada em Londrina. O coletivo reúne pesquisadores, designers, artistas visuais e outros profissionais ou amadores que se interessam pelo abrangente universo das artes gráficas.” O catálogo do Grafatório, no qual é difícil indicar um livro ou objeto não colecionável, mostra bem o propósito de dar um passo atrás em relação ao devir digital das artes gráficas, recuperando segmentos importantes da tradição da tipografia a chumbo, para dar dois passos em frente, no sentido de uma tipografia pós-digital.

O último título do Grafatório, uma edição de Diego Giménez, é um volume de Fernando Pessoa com o título Escrever é Esquecer, razão pela qual o IEB acolherá no próximo dia 2 de novembro, pelas 16h, na sua sala, uma sessão na qual quer esta mais recente publicação, quer o trabalho do Grafatório, serão objeto de apresentação e debate. Pelo Grafatório estará presente Felipe Melhado, que descreverá o processo de produção do Grafatório e do volume de Fernando Pessoa. A sessão contará também com a presença de Diego Giménez.

A sessão será presencial e serão atribuídos certificados de presença a quem os solicitar.

O cartaz da sessão é de Thales Estefani.

O design do IEB por Ana Sabino: 2014-2021

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O colóquio DESBUNDADOS E PORRALOUCAS incluirá, na sua programação paralela, uma exposição dos cartazes elaborados por Ana Sabino para o Instituto de Estudos Brasileiros no período de 2014 a 2021. A exposição será inaugurada na manhã do dia 20, com a presença da designer. Para essa exposição, Ana Sabino escreveu um texto que transcrevemos aqui:

O MODELO

[modelo de cartaz com grelha visível— Hilda]

Foi no dia 24 de novembro de 2014 que nasceu o primeiro cartaz, o cartaz-modelo, anunciando um curso de Tupi moderno. Limpo, escorreito, com espaço para texto numa grelha suficientemente flexível para futuras variações, dando primazia à imagem, em baixo, num formato quadrado. Com cor, mas apenas uma. Não só por uma questão de parcimónia — mais até por uma questão de força. A realidade em volta do cartaz terá todas as cores; restringir essa oferta é uma forma de destacar (separar, distinguir) o que está dentro do cartaz daquilo que está fora. Além de que dá imenso jeito para disfarçar a eventual falta de qualidade em futuras imagens… que é algo sempre previsível neste tipo de trabalhos. 

Nasceu apressado, mas veio em bom dia. Ao longo das suas multiplicações foi-se ajustando aos vários conteúdos, à disponibilidade das imagens, ao tempo e disposição da designer. Como constante, uma encomenda sempre respeitosa, estruturada, clara e não raramente criativa e estimulante — atributos que qualquer designer dá graças por ter numa encomenda. Foram essas características, sem dúvida, que mantiveram esta troca durante sete anos, entre 2014 e 2021.  Continue reading