Leitura de poemas por AGE DE CARVALHO

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No próximo dia 19 de abril, pelas 16h, Age de Carvalho fará na sala do Instituto de Estudos Brasileiros da FLUC uma leitura de poemas seus. O evento integra a programação paralela do colóquio M/M, dedicado a Max Martins, programação essa que inclui ainda uma exposição bibliográfica do poeta de Belém do Pará, com contribuição fundamental de Age de Carvalho.

MAX MARTINS: Colóquio Internacional no IEB

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Nos próximos dias 18 e 19 de abril, o Instituto de Estudos Brasileiros da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra acolherá um colóquio internacional sobre a obra do poeta brasileiro Max Martins. O colóquio, com o título M/M, contará com a participação de Eduardo Sterzi e Marcos Siscar, ambos da UNICAMP, assim como André Aquino e Leila Coroa, estudantes de doutoramento da mesma universidade (Leila encontra-se em período de “doutoramento sanduíche” na FLUC), e ainda Pedro Serra (Universidade de Salamanca) Alva Martínez Teixeiro (Universidade de Lisboa) e Osvaldo Manuel Silvestre (Universidade de Coimbra). Participa do evento ainda, como anunciámos anteriormente, Age de Carvalho, poeta e designer gráfico brasileiro residente há cerca de 30 anos na Áustria, companheiro de aventuras literárias de Max Martins e responsável maior pela edição recente das suas obras na Editora da Universidade Federal do Pará.

O evento, que conta com o apoio da UNICAMP e da Direção da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, bem como do Centro de Literatura Portuguesa e do Departamento de Línguas, Literaturas e Culturas, da mesma Faculdade, incluirá ainda uma exposição de livros e reprodução de materiais do arquivo de Max Martins, na UFPA.

Reproduzimos em seguida o texto descritivo do colóquio.

M/M

Colóquio Internacional sobre Max Martins

Com um primeiro livro publicado em 1952, O Estranho, Max Martins (1926-2009, Belém do Pará) viria a afirmar-se, no seu modo discreto, mas persistente, como um dos mais importantes poetas brasileiros da segunda metade do século XX. Beneficiando de um ecossistema peculiar, no qual uma imagética amazónica de teor genesíaco e uma forte dinâmica intelectual dentro de um pequeno grupo, parecem compensar da distância em relação aos grandes centros culturais brasileiros, Max Martins elegeu desde cedo uma versão da radicalidade do moderno na qual a “travessia da página” e a “discursividade espasmódica”, para citar o seu companheiro de percurso Benedito Nunes, se harmonizam num corpo a corpo em que matéria da linguagem e arte erótica se tornam uma coisa só. Ao mesmo tempo, porém, esta poesia produz toda uma teoria do anti-retrato, explorando o nome próprio do autor, decompondo-o, fazendo dele morfema e fonema numa deriva paronomásica e sígnica que instabiliza o ponto de apoio de toda a elocução da sua poesia e faz do nome traço, decalque e recalque de um signo em eterna incoincidência consigo mesmo.

É esta obra, admiravelmente editada entre 2015 e 2021 pela Editora da Universidade Federal do Pará, em volumes de conceção gráfica cuidada (da responsabilidade do seu parceiro em aventuras literárias, e designer, Age de Carvalho) e com prefácios da responsabilidade de alguns dos nomes de referência dos estudos literários no Brasil e no exterior, que será objeto de um colóquio internacional, no Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade de Coimbra nos dias 18 e 19 de abril próximo.

A foto de Max Martins é de Béla Borsodi.

Age de Carvalho no IEB

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O poeta e designer gráfico brasileiro Age de Carvalho, que reside há cerca de 30 anos em Viena (Áustria), estará nos dias 18 e 19 de abril no Instituto de Estudos Brasileiros de Coimbra para fazer uma leitura de poemas seus e para prestar um depoimento sobre o seu companheiro de aventuras literárias em Belém do Pará, Max Martins. Lembramos que a recente edição da obra de Max Martins, pela editora da Universidade Federal do Pará, uma edição exemplar do ponto de vista gráfico e filológico, é da responsabilidade de Age de Carvalho.

Iremos dando informações sobre a visita do poeta a Coimbra. A visita de Age de Carvalho é apoiada pelo Centro de Literatura Portuguesa e pelo Departamento de Línguas, Literaturas e Culturas da FLUC.

Rosângela Rennó no IEB

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No próximo dia 13 de março, pelas 14h, na sala do Instituto de Estudos Brasileiros da FLUC, Mário Cámara e María Angélica Melendi (esta por zoom) conversarão com a artista brasileira Rosângela Rennó, numa sessão com o título ‘Imagem, memória e arquivo’: Rosângela Rennó conversa com María Angélica Melendi e Mario Cámara. A conversa vem a propósito da recente edição (2023), na .br brasiliana, de Buenos Aires, do livro de María Angélica Melendi, Imagen, memoria y archivo en Rosângela Rennó. O evento é uma organização do IEB com a Bienal Ano Zero de Coimbra.

Passamos a apresentar os participantes.

Rosângela Rennó nasceu em Belo Horizonte e vive no Rio de Janeiro.  O seu trabalho sobre fotografias, objetos e instalações caracteriza-se pela investigação de diferentes políticas de representação/absorção fotográfica e das relações entre memória e esquecimento, através da apropriação de imagens de diversas fontes. Arquivos fotográficos precários, abandonados e até mesmo ‘arquivos mortos’, levaram-na a empenhar-se no esclarecimento e no combate às recorrentes narrativas de apagamento e de ‘ignorância estrutural’, utilizadas como estratégia de amnésia histórica e exclusão de grande parte da população, especialmente no Brasil e nos países do Sul Global. Dedica-se também à criação de vídeos e livros de artista, sempre na mesma base concetual.

Além de participação em inúmeras exposições coletivas, realizou exposições individuais em instituições, tais como: Mécanique Générale (Les Recontres de la Photographie, Arles, 2023), Estação Pinacoteca (São Paulo, 2021), Museum Für Angewandte Kunst Köln MAKK, (Cologne, 2021), Instituto Moreira Salles (Rio de Janeiro, 2017/2018), Photographers’ Gallery (Londres, 2016), Centro Atlântico de Arte Moderno CAAM (Las Palmas, 2014), FotoMuseum (Winterthur, 2012), Centro de Arte Moderna CAM – Fundação Gulbenkian (Lisboa, 2012), Centro de Fotografía CdF (Montevidéu, 2011), Pharos Center for Contemporary Art (Nicosia, 2009), Prefix Institute Contemporary Art (Toronto, 2008), Museu de Arte Moderna Aloisio Magalhães MAMAM (Recife, 2006), Centro Cultural Banco do Brasil CCBB (Rio de Janeiro, 2003), Museum of Contemporary Art MOCA (Los Angeles, 1996), De Appel Foundation (Amsterdã, 1995).

Recebeu os prémios: Women in Motion Kering  & Les Rencontres d’ARLES Photographie, (Arles, 2023). CIFO Grants & Commissions Program (Cisneros Fontanals Art Foundation, Miami, 2014). Photobook of the year (Paris Photo – Aperture Foundation Photobook award, 2013). Historical Book Award (Les Rencontres d’Arles, 2013). 1o ALICE AwardsArtistic Landmarks in the Contemporary Experience (Global Board of Contemporary Art, 2012). Prêmio Jabuti (Câmara Brasileira do Livro, São Paulo, 2004). 13o  International Festival of Electronic Art (VideoBrasil, São Paulo, 2001). Bolsa Guggenheim (John Simon Guggenheim Memorial Foundation, New York, 1999). Continue reading

NABIL ARAÚJO no IEB

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Nabil Araújo, professor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, fará uma conferência no IEB, no próximo dia 5 de dezembro de 2023, pelas 11h.

O Professor Nabil Araújo é doutor em Estudos Literários pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Professor de Teoria da Literatura na graduação e na pós-graduação em Letras da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Pesquisador visitante na Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Pesquisador bolsista do Programa Jovem Cientista do Nosso Estado (JCNE-FAPERJ) e do Prociência (UERJ). Líder do grupo de pesquisa interinstitucional “Retorno à Poética” (CNPq). Editor Associado de Matraga – Revista do Programa de Pós-Graduação em Letras da UERJ (PPGL-UERJ). Membro do conselho editorial da Editora da UERJ (EdUERJ). Coordenador do conselho editorial da “Coleção Letras UERJ” (EDUERJ). Coordenador da área de Estudos da Literatura do PPGL-UERJ. É autor de Além do paradigma (Sobre o legado de Thomas Kuhn) (EDUERJ, 2022), Teoria da Literatura e História da Crítica: momentos decisivos (EDUERJ, 2020) e O evento comparatista: da morte da literatura comparada ao nascimento da crítica(EDUEL, 2019).

A conferência de Nabil Araújo no IEB tem como título “Nacional por Tradução” e o seu resumo é o seguinte:

Num ensaio hoje clássico, Roberto Schwarz (1986), partindo da “experiência do caráter postiço, inautêntico, imitado da vida cultural que levamos” (brasileiros e latino-americanos) – experiência sintetizada na fórmula das “ideias fora do lugar” –, demarcou-se tanto dos “nacionalismos de esquerda e direita” e sua “busca de um fundo nacional genuíno […] através da eliminação do que não é nativo” (o “nacional por subtração”), quanto de “certa filosofia francesa recente” na esteira da qual críticos como Silviano Santiago e Haroldo de Campos buscaram inverter o lugar-comum segundo o qual “a cópia é secundária em relação ao original”, oferecendo “uma interpretação triunfalista do nosso atraso” análoga à intentada pelo programa antropofágico na década de 1920: “[d]e atrasados passaríamos a adiantados, de desvio a paradigma, de inferiores a superiores”. Três décadas mais tarde, João Adolfo Hansen (2016), assumindo uma “perspectiva internacionalista” que descarta a um só tempo o problema das “ideias fora do lugar” bem como a resposta nacionalista ao mesmo, irá defender, com base em Abel Barros Baptista, a “ideia da literatura como hospitalidade incondicional e tradução”. Nesse movimento, Hansen endossa inadvertidamente a concepção universalista de Weltliteratur postulada no século XIX por Goethe – a qual “se referia ao que é genericamente humano e comum a todos os homens” –, ignorando as profundas desigualdades reconhecidas por Franco Moretti (2001) no “sistema-mundo literário”. O problema reside na falsa equivalência sugerida por Hansen entre “hospitalidade incondicional” e “tradução”: voltando às proposições de Baptista (2005; 2014), mostraremos que a tradução se impõe, na verdade, justamente porque a hospitalidade incondicional no que se refere à literatura não passa de uma “utopia”, e que a heterogeneidade linguística que reclama a tradução como performance constitutiva do idioma é justamente o que permite que se recoloque em nova chave o problema do nacional(ismo) no campo estético-literário: nacional por tradução.

Referências: BAPTISTA, Abel Barros. O livro agreste: ensaio de curso de literatura brasileira. Campinas: Ed. da Unicamp, 2005. BAPTISTA, Abel Barros. Três emendas: ensaios machadianos de propósito cosmopolita. Campinas: Ed. da Unicamp, 2014. HANSEN, João Adolfo. Lugar do cânone e da crítica nos estudos literários da universidade hoje. In: LOPES, Dayana M. et al. (Org.) VI Seminário dos alunos da Pós-Graduação da UERJ. Rio de Janeiro: Letras e Versos, 2016. p. 7-38. MORETTI, Franco. Conjecturas sobre a literatura mundial. In: SADER, Emir (Org.). Contracorrente: o melhor da New Left Review em 2000. Rio de Janeiro: Record, 2001. p. 45-64. SCHWARZ, Roberto. Nacional por subtração (1986). In: ______. Que horas são? São Paulo: Companhia das Letras, 2006. p. 29-48.

Serão atribuídos certificados de participação.

Ana Cristina César por Annita Costa Malufe

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Recordamos que nos próximos dias 8 e 9 de novembro, a Professora Annita Costa Malufe, da PUC de São Paulo e da Universidade de Salamanca, lecionará no IEB um curso breve sobre Ana Cristina César com o título “Ana C.: escrita em performance”. As sessões decorrerão entre as 14h e as 17h. Serão atribuídos certificados de presença.

O cartaz do evento é de Thales Estefani.

Annita Costa Malufe no IEB

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A Professora Annita Costa Malufe, da Universidade de Salamanca, lecionará nos próximos dias 8 e 9 de novembro, um curso breve sobre Ana Cristina Cesar na sala do Instituto de Estudos Brasileiros com o título “Ana C.: escrita em performance”. As sessões decorrerão entre as 14h e as 17h.

Eis o resumo do curso:

A poeta carioca Ana Cristina Cesar (1952-1983) dizia que a voz confessional de seus poemas era uma provocação intencional com o leitor, em seu desejo de descobrir na obra os segredos pessoais do autor. Desconstruindo a identificação romântica entre o poeta e o poema, Ana C. criou uma poesia crítica e complexa, composta por fragmentos e ironia. Lançou mão de colagens, intertextualidades, diálogos. Uma poesia antes de tudo performática, que coloca o corpo do texto em cena e em relação direta com o leitor. Essas interlocuções (com o leitor e com outros autores e textos da literatura) caracterizam uma poesia singular, que se quer ato e efeito corporal; um escrito que se quer corpo, sensível e provocador. Cabe-nos escutar essa voz singular e nos questionar acerca do tipo de performance que aí se cria: uma performance do próprio texto, em um desfazimento das camadas subjetivas ou pessoais que, não raro, colonizam a força artística restringindo-a a um affair privado e com apelo comercial.

Deixamos uma apresentação da Professora Annita Costa Malufe, também um nome conhecido da atual poesia brasileira:

Investigadora Distinguida na Universidad de Salamanca (Contrato María Zambrano), junto ao Grupo de Investigación Reconocido Estudios Portugueses y Brasileños. No Brasil, é pesquisadora do CNPq e docente do Programa de Estudos Pós-Graduados em Literatura e Crítica Literária da PUC-SP. É investigadora colaboradora do ILCML (Instituto de Literatura Comparada Margarida Losa da Universidade do Porto). Doutora em Teoria e História Literária pela UNICAMP, é autora dos livros de ensaios: Territórios dispersos: a poética de Ana Cristina Cesar (2006) e Poéticas da imanência: Ana Cristina Cesar e Marcos Siscar (2011), ambos com financiamento FAPESP. Realizou duas pesquisas de pós-doutoramento: na USP, “Traços de Beckett na literatura contemporânea” (bolsa CNPq), supervisionada por Fabio de Souza Andrade; e na PUC-SP, sob supervisão de Peter Pál Pelbart, “Procedimentos literários em Gilles Deleuze” (bolsa FAPESP). É autora de sete livros de poemas, dentre os quais: Alguém que dorme na plateia vazia (7letras, 2021) e Como se caísse devagar (Ed. 34/ Petrobrás, 2008).

Serão atribuídos certificados de presença.

Apresentação de SAUDADES DO MUNDO, de Eduardo Sterzi, no IEB

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No próximo dia 19 de junho, pelas 14h, na sala do Instituto de Estudos Brasileiros da FLUC, terá lugar a apresentação pública de Saudades do Mundo, livro de Eduardo Sterzi com o subtítulo “Notícias da Antropofagia”. Saudades do Mundo reúne os ensaios que o autor dedicou, ao longo de uma década, a Oswald de Andrade e à “grande questão” da antropofagia na cultura brasileira. O livro será apresentado pelo autor, após o que se passará ao debate.

Eduardo Sterzi (Porto Alegre, Brasil, 1973) é professor de Teoria Literária na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp, Brasil) e pesquisador do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Publicou, entre outros, Por que ler Dante e A prova dos nove: alguma poesia moderna e a tarefa da alegria. É autor também dos livros de poesia Prosa, Aleijão e Maus poemas e das peças teatrais reunidas em Cavalo sopa martelo. Como curador, participou das equipes responsáveis pelas exposições Variações do corpo selvagem: Eduardo Viveiros de Castro, fotógrafo (Sesc Ipiranga e Sesc Araraquara, no Brasil; Weltkulturenmuseum, na Alemanha; e Centro Internacional das Artes José de Guimarães, em Portugal), Caixa-preta (Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre) e Desvairar 22 (Sesc Pinheiros, São Paulo).

Serão atribuídos certificados de presença.

A TEORIA DA LITERATURA NO BRASIL: programa

Publicamos hoje o programa do colóquio A TEORIA DA LITERATURA NO BRASIL, Colóquio Internacional, a ter lugar a 6 e 7 de junho próximos, na sala do Instituto de Estudos Brasileiros da FLUC.

Terça-feira, 6 de junho de 2023

9:30: ABERTURA

10:00: Fabio Akcelrud Durão: “Três Ideias sobre a Teoria Literária no Brasil”

10:40: Matheus de Brito: “Formação da Literatura Brasileira numa outra chave”

11:40: Pausa para café

12:00: Marcos Natali: “Poética e erótica da discórdia na teoria literária brasileira”

13:15: Almoço

15:00: Nabil Araújo: “A questão da teoria/A teoria em questão (Diálogos com Luiz Costa Lima)”

15:40: Osvaldo Manuel Silvestre: “Teoria, filosofia ou subprodutos? Uma indagação metateórica da obra de Luiz Costa Lima”

16:40: Pausa para café

17:00: Alva Martínez Teixeiro: “A importância da palavra do meio: Arte e Literatura no Brasil” Continue reading

A Queda do Céu: o IEB no Dia Aberto da FLUC

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No próximo dia 19 de abril, a FLUC comemora o seu Dia Aberto. Explorando a coincidência de esse dia ser no Brasil o Dia dos Povos Indígenas, o IEB assinala a data abrindo a sua sala para um evento que durará todo o dia e que terá o título geral A Queda do Céu, remetendo para o livro de Bruce Albert e Davi Kopenawa, que será exposto na mesa grande do IEB, podendo ser consultado pelos visitantes. Além disso, por generosa cedência da galeria Vermelho, galeria da fotógrafa Claudia Andujar, que fez ao longo de décadas fotos dos Yanomami, serão expostas algumas das suas fotos mais emblemáticas, bem como palavras, frases e textos em tupi, acompanhadas da sua tradução para português.

Serão ainda exibidos dois filmes, seguidos de debate:

Índio cidadão? (2014) – de Rodrigo Siqueira, 52 min (início às 10h30m)

Sinopse: O filme apresenta um resgate histórico audiovisual da participação do movimento indígena na Assembleia Nacional Constituinte (1987-88) e entrevistas com memórias dos coordenadores da União das Nações Indígenas – Ailton Krenak e Álvaro Tukano – e de lideranças que participaram ativante dessa mobilização como Davi Kopenawa, Mario Juruna, Moura Tukano, Paulo Paiakan, Pirakumã Yawalapiti e Raoni Metuktire. O momento marcante deste processo é a intervenção de Ailton Krenak no Plenário em defesa da emenda popular com a proposta de capítulo dos direitos dos Povos Indígenas.

A última floresta (2021) – de Luiz Bolognesi, 76 min (início às 14h)

Sinopse: O xamã Davi Kopenawa Yanomani tenta manter vivos os espíritos da floresta e as tradições, enquanto a chegada de garimpeiros traz morte e doenças para a comunidade, que fica localizada em um território Yanomani, isolado na Amazônia. Os jovens, contudo, ficam encantados com os bens trazidos pelos brancos.

Além desta programação serão ao longo do dia ouvidas músicas e canções de algum modo relacionadas com os povos indígenas brasileiros.

O Instituto de Estudos Brasileiros terá muito gosto em contar com a sua visita.

A TEORIA DA LITERATURA NO BRASIL: texto de referência

O texto de referência do colóquio A Teoria da Literatura no Brasil, a ter lugar na sala do Instituto de Estudos Brasileiros da FLUC a 6 e 7 de junho próximos, será o seguinte:

A introdução da disciplina da Teoria da Literatura no Brasil remonta, como é sabido, à década de 1950, quando Afrânio Coutinho, ex-aluno de René Wellek, propôs a sua criação na Faculdade de Filosofia e Letras da Universidade do Estado de Guanabara, depois designada Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Entendida então como disciplina propedêutica ao estudo da “Ciência da Literatura”, tal conceção viria a conflituar com outra, que passou a dominar a disciplina ao longo dos anos 60 e 70, anos da sua expansão curricular, para a qual a Teoria da Literatura seria antes, nas palavras de Luiz Costa Lima em 1975, a “suma dos estudos literários”, conceção que viria a coincidir com o apogeu do estruturalismo na universidade brasileira. O triunfo desta segunda conceção, que se prolonga pela década de 80, acusará, contudo, desde cedo, um processo de desagregação induzido pelas várias correntes pós-estruturalistas, sendo a mais vincada a Desconstrução, a que se seguirão os efeitos (des)concertados do Feminismo e dos Queer Studies, bem como dos Estudos Culturais, culminando quer nas querelas identitárias em torno do cânone, quer na desvalorização do capital cultural da literatura.

Este processo viveu no Brasil paredes meias com formas de pensamento teórico que, provenientes de outras áreas do estudo da literatura – em particular, a orientação sociológica do trabalho de Antonio Candido, com as noções de “sistema”, na Formação da Literatura Brasileira, e de “estrutura”, posteriormente – neutralizaram sem problemas aparentes o conflito novecentista entre Teoria e História da Literatura, o que permitiu relançar, por mais algumas décadas, as condições de possibilidade da narração da História da Literatura Brasileira, muitas vezes em versão comparatista. Continue reading

A TEORIA DA LITERATURA NO BRASIL: colóquio internacional

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Nos próximos dias 6 e 7 de junho terá lugar na sala do Instituto de Estudos Brasileiros da FLUC um colóquio internacional com o título A Teoria da Literatura no Brasil. O colóquio reunirá os seguintes especialistas:

Brasil
Emilio Maciel (UFOP)
Fabio Akcelrud Durão (UNICAMP)
João Cézar de Castro Rocha (UERJ)
Marcos Natali (USP)
Matheus de Brito (UERJ)
Nabil Araújo (UERJ)

EUA
André Corrêa de Sá (UCSB)

Espanha
Pedro Serra (USAL)

Portugal
Alva Martinez Teixeiro (UL)
Carlos Reis (UC)
Joana Matos Frias (UL)
Osvaldo Manuel Silvestre (UC)
Ricardo Namora (CLP)

O colóquio é uma iniciativa conjunta do Instituto de Estudos Brasileiros e do Centro de Literatura Portuguesa (CLP), com apoio ainda da Fundação Eng.º António de Almeida, da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), do Centro Interuniversitário de Estudos Camonianos (CIEC) e do DLLC.

O volume 14 (2024) da Revista de Estudos Literários, do CLP, organizado por Osvaldo Manuel Silvestre (UC) e Diego Giménez (CLP), será dedicado ao tema do colóquio, podendo a Chamada para Artigos ser lida aqui.

O cartaz do evento é de Thales Estefani.

O IMAGINÁRIO MESTIÇO na Literatura Brasileira: curso breve por Talles Faria

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Nos próximos dias 12 e 13 de abril Talles Faria dará um curso breve no Instituto de Estudos Brasileiros da FLUC sobre o tema da mestiçagem na literatura brasileira. Talles Faria é Doutor em Modernidades Comparadas: Literaturas, Artes e Culturas pela Universidade do Minho, com uma tese intitulada “O Sertão e a Montanha: Imagens de Minas Gerais entre os séculos XVIII e XX”, e mestre em Estudos Literários e graduado em Filosofia pela Universidade Federal de Minas Gerais. Atua nas áreas de literatura brasileira, teoria da literatura e filosofia.

A descrição do curso é a seguinte:

O curso abordará a presença de um imaginário mestiço na literatura brasileira, com base na literatura produzida a partir do estado de Minas Gerais, a partir dos elementos e dos seres fantásticos, folclóricos, sobrenaturais e mitológicos convocados pelos textos de Cláudio Manuel da Costa, Bernardo Guimarães, Afonso Arinos, Cornélio Penna e João Guimarães Rosa.

O curso decorrerá na sala do IEB, a 12 e 13 de abril, entre as 16h-19h. Serão atribuídos certificados de presença.

IluEstrada. Um itinerário com ilustradores brasileiros

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Na semana de 21 a 25 de novembro terá lugar na FLUC a IluEstrada. Um itinerário com ilustradores brasileiros. A iniciativa, uma proposta de Thales Estefani para o Instituto de Estudos Brasileiros da FLUC, inclui uma exposição, pelo espaço de uma semana, do trabalho de seis ilustradores/as brasileiros/as residentes em Portugal no átrio do Teatro Paulo Quintela. Eis o texto de referência do evento:

A palavra escrita e a imagem pictórica nunca estiveram desassociadas; desde a origem das letras do alfabeto – por processos de simplificação de pequenos desenhos –, passando por manuscritos antigos repletos de iluminuras, aos livros ilustrados – infantis ou não – que estabeleceram diferentes relações multimodais através de técnicas desenvolvidas por artistas, designers e editores.

A ilustração brasileira é mundialmente reconhecida e apreciada. O Brasil já foi homenageado duas vezes na Feira do Livro Infantil e Juvenil de Bolonha, o evento mais importante do género no mundo, e muitos(as) ilustradores(as) brasileiros(as) já venceram diversos prémios internacionais. Mas as obras artísticas não viajam pelas várias partes do globo sozinhas.

O objetivo do IluEstrada é criar um caminho, um percurso para o encontro, entre ilustradores/as brasileiros/as e o Instituto de Estudos Brasileiros da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. É uma via de acesso que convida a todos/as os/as que quiserem nos acompanhar para compartilhar experiências e compreender melhor os processos de conceção e técnicas de realização de livros ilustrados – e não só.

A partir da metáfora de uma “BR” que cruza o Atlântico, trazemos a Coimbra artistas que compartilharão suas trajetórias, suas carreiras – em toda a polissemia das palavras –, contribuindo para fortalecer a presença das obras ilustradas no contexto da FLUC e difundir a sua importância à comunidade em geral.

No dia 25 os/as ilustradores/as em causa estarão presentes na sala do Instituto de Estudos Brasileiros para duas mesas-redondas:

10.45: Mesa-Redonda sobre “Ilustração e Literatura Infantojuvenil”.
Ilustradores: Alexandre Rampazo, Carlo Giovani e Yara Kono
Moderação: Jaqueline Conte

15.00: Mesa-Redonda sobre “Ilustração e Desdobramentos”.
Ilustradores: Renata Bueno, Najla Leroy e Evandro Renan
Moderação: Thales Estefani

A jornada abrirá com uma visita guiada pela exposição, entre as 10.00 e as 10.40.

Como se disse acima, a Iluestrada é uma proposta de Thales Estefani, estudante do Programa de Doutoramento em Materialidades da Literatura, responsável por toda a conceção do evento e autor também do cartaz.

O evento será presencial e serão distribuídos certificados de presença.

O Grafatório e Fernando Pessoa: uma apresentação

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Com sede em Londrina, Paraná, o Grafatório é, como se pode ler no seu site, “uma associação cultural sem fins lucrativos, baseada em Londrina. O coletivo reúne pesquisadores, designers, artistas visuais e outros profissionais ou amadores que se interessam pelo abrangente universo das artes gráficas.” O catálogo do Grafatório, no qual é difícil indicar um livro ou objeto não colecionável, mostra bem o propósito de dar um passo atrás em relação ao devir digital das artes gráficas, recuperando segmentos importantes da tradição da tipografia a chumbo, para dar dois passos em frente, no sentido de uma tipografia pós-digital.

O último título do Grafatório, uma edição de Diego Giménez, é um volume de Fernando Pessoa com o título Escrever é Esquecer, razão pela qual o IEB acolherá no próximo dia 2 de novembro, pelas 16h, na sua sala, uma sessão na qual quer esta mais recente publicação, quer o trabalho do Grafatório, serão objeto de apresentação e debate. Pelo Grafatório estará presente Felipe Melhado, que descreverá o processo de produção do Grafatório e do volume de Fernando Pessoa. A sessão contará também com a presença de Diego Giménez.

A sessão será presencial e serão atribuídos certificados de presença a quem os solicitar.

O cartaz da sessão é de Thales Estefani.

Salloma Salomão no IEB

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Amanhã, terça-feira (18 de outubro), pelas 19h, o IEB recebe a conferência “O Teatro Experimental do Negro”, por Salloma Salomão. A conferência abordará a trajetória do Teatro do Negro e de Abdias do Nascimento a partir da relação com a atividade artística do próprio Salloma, tendo em vista o contexto brasileiro.A sessão integra a Mostra São Palco 2022 Teatro Brasileiro em Portugal, uma amostra das
vias de criação teatral contemporânea brasileira.

Salloma Salomão Jovino da Silva é músico, performer, Doutor em História (PUC-SP) e
Pesquisador associado ao Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. É consultor
da Secretaria de Educação do Município de São Paulo e tem como especialidades temas como
cultura musical, lutas pela liberdade, práticas culturais negras no século XIX e XX, identidades
étnicas e movimentos negros urbanos, sociabilidades negras em São Paulo e musicalidades
africanas. Dos trabalhos recentes, destacam-se Agosto na Cidade Murada (2018) e a trilha
sonora do filme Todos os Mortos, de Caetano Gotardo e Marco Dutra, selecionado para o Festival
de cinema de Berlim e premiado no Festival de Cinema de Gramado em 2020.

A sessão será presencial.