O Propósito Cosmopolita: programa

Eis o programa final do colóquio “O Propósito Cosmopolita. Ler Abel Barros Baptista a ler Machado de Assis”, que terá lugar na sala do Instituto de Estudos Brasileiros nos próximos dias 2 e 3 de outubro:

2 de outubro

9:30 Abertura

10:00 Roberto Vecchi, “Abel, Agatha, Machado e The Murder of Roger Ackroyd. Crítica literária e arte do esquecimento”

10:45 Humberto Brito, “A Forma Livre”

11:30 Pausa para café

12:00 Marcelo Brice [por zoom], “O verdadeiro Machado de Assis? O confronto crítico de Abel Barros Baptista”

12:45 Pausa para almoço

15:00 Osvaldo Manuel Silvestre, “O Machado não camiliano de Abel Barros Baptista” 

15:45 Pedro Serra, “Autobibliografias, Ficção Literária e Atualidade do Close Reading”

3 de outubro

10:00 Joana Matos Frias, “Repelir a Solidão: a felicidade pela autobibliografia” 

10:45 Amândio Reis, “Nome sem Fantasma”

11:30 Pausa para café

12:00 Clara Rowland, “’Duas ou três coisas que sei sobre ela’: suposições na ficção de Machado” 

12:45 Pausa para almoço

15:00 Paulo Franchetti [por zoom], “Memória e Comentário” 

15:30 Alcir Pécora [por zoom], “Uma crítica mesquinha”

16:15 Encerramento

16:15 Carlos Mendes de Sousa, “Abel Barros Baptista: o nome, a escrita”

16:30 Abel Barros Baptista, “Considerações desvanecidamente epilogais”

O acesso é livre. Serão atribuídos certificados de presença.

Roberto Vecchi no IEB

No próximo dia 1 de outubro, quarta-feira, pelas 11h, Roberto Vecchi fará uma conferência na sala do Instituto de Estudos Brasileiros com o título “Passados sem espetador: naufrágios, anacronismos e crises da modernidade em Caetés de Graciliano Ramos”.


Roberto Vecchi (Università di Bologna) é professor catedrático de Literatura Portuguesa e Brasileira e de História das Culturas de Língua Portuguesa na Universidade de Bolonha. É, desde 2007, coordenador da Cátedra Eduardo Lourenço (Camões-UNIBO). É coautor com Margarida Calafate Ribeiro de Eduardo Lourenço. Uma geopolítica do pensamento (Porto, 2023) e autor de Fantasmagorias do retorno. Portugal e a nostalgia colonial (Porto, 2025).

Eis um resumo da sua conferência:

O romance de Graciliano (1933) é uma obra que apresenta assimetrias e anacronismos em relação a uma série consagrada (e historicamente insuficiente) sobre as articulações da modernidade brasileira.  Trata-se de anomalias que o tornam um objeto bastante polimorfo e interessante para refletir sobre a complexa narrativa do Modernismo brasileiro e também sobre o reuso de um passado impossível de resgatar (como o indianismo oitocentista idealizara), naufragando nas tentativas estéticas de uma possível salvação. É esta a cena crítica de um romance frequentemente subalternizado na obra de um clássico brasileiro como Graciliano. A palestra procura compartilhar algumas dimensões críticas do romance que possibilitam pensar e discutir outras visões dos saberes sistematizados no campo da literatura e também do conhecimento do Brasil.

O acesso é livre. Serão distribuídos certificados de presença.

Paola Resende no IEB

O IEB acolhe, na próxima segunda-feira, 29 de setembro, Paola Resende, para uma conferência na sala do Instituto de Estudos Brasileiros, pelas 14h. Trata-se de uma iniciativa conjunta do IEB e do Programa de Doutoramento em Materialidades da Literatura, que acolhe jovens que realizam pesquisa de doutoramento sobre matéria brasileira, dentro do paradigma das materialidades da comunicação. A iniciativa tem como título Works in Progress / Projetos em Curso e acolheu já investigadores do Brasil, Canadá e Portugal.

A conferência de Paola Resende terá como título, “Interlúdio entre o canto e a máquina: Mário de Andrade, Murilo Mendes e a música.


Paola Resende possui graduação em Letras pela UFMG (2018). É mestre em Estudos Literários – área de concentração Literatura Brasileira – pela Faculdade de Letras da UFMG (2019-2021). É doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em Teoria e História Literária (IEL/Unicamp) e bolsista da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). Desenvolve pesquisa sobre as obras poéticas e ensaísticas de Mário de Andrade e de Murilo Mendes. Dedica-se, sobretudo, à pesquisa de poesia brasileira do século XX.

A palestra propõe uma leitura das obras de Mário de Andrade e Murilo Mendes a partir da relação entre poesia e música, escuta e tecnologia. O ponto de partida é a proeminência musical na obra de ambos (tanto em poesia como em prosa) e o modo como eles pensaram e se relacionaram com as novidades mediáticas. Tenciona-se demonstrar como foram formados circuitos entre poesia e música fundados a partir de uma perceção auditiva, oral e aural, em proximidade, sobretudo, com os novos meios de reprodução musical. A proposta é ler poemas e considerações em prosa dos dois autores a respeito de três eixos: 

  1. Ler a letra analfabeta: o problema da cultura auditiva e as dicções poética e em prosa modernistas;
  2. O ouvido/ouvinte comum: a formação das discotecas;
  3. O conceito de música no esquema high-fidelity.

O acesso é livre. Serão distribuídos certificados de presença.

O Propósito Cosmopolita

Abel Barros Baptista é, entre outras coisas, a figura de maior destaque entre as pessoas que na universidade portuguesa se dedicam aos Estudos Brasileiros. Neste ano de 2025, em que se aposenta, cumprem-se também 100 anos sobre a fundação da Sala do Brasil da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, em 1925, renomeada na década de 40 como Instituto de Estudos Brasileiros. Aproveitando a coincidência, o IEB de Coimbra realizará, nos próximos dias 2 e 3 de outubro, um colóquio com o título ‘O Propósito Cosmopolita. Ler Abel Barros Baptista a ler Machado de Assis’, evento que assinalará também o centenário do contínuo Sala do Brasil-IEB.


Participam no colóquio, presencialmente ou a distância, Alcir Pécora, Amândio Reis, Carlos Mendes de Sousa, Clara Rowland, Humberto Brito, Joana Matos Frias, Marcelo Brice, Osvaldo Manuel Silvestre, Paulo Franchetti, Pedro Serra, Roberto Vecchi. Naturalmente, Abel Barros Baptista estará também presente, cabendo-lhe encerrar o colóquio.

O evento é presencial, tem lugar na sala do IEB e é de entrada livre. 

O cartaz é de Patrícia Esteves Reina.

Éder da Silveira no IEB

20220820_155925Na próxima terça-feira, 17 de junho, pelas 16h, Éder da Silveira fará uma conferência na sala do Instituto de Estudos Brasileiros de Coimbra com o título “Um surrealista nos trópicos: Benjamin Péret e o Brasil”.

Éder da Silveira é Historiador, ensaísta e Professor na Universidade Federal de Ciência da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA). Doutor em História pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), realizou estágio de Pós-doutoramento em História na Universidade de São Paulo (USP). É autor de A cura da raça: Eugenia e higienismo no pensamento médico sul-riograndenseTupi or not tupi: nação e nacionalidade em José de Alencar e Oswald de Andrade e Oswald ponta de lança e outros ensaios.

O seu último livro, Horas brasileiras: Benjamin Péret, o Brasil e a América, de 2024, conduz o leitor pelo multifacetado universo da obra de Péret, sempre com os olhos bastante atentos à obra americana de Péret. O foco desta obra são os escritos sobre o Brasil, onde o poeta viveu em duas oportunidades, entre 1929 e 1931 e entre 1955 e 1956, e sobre o México, onde Péret viveu exilado em função da Segunda Guerra Mundial, entre 1942 e 1947.

A conferência é de acesso livre. Serão atribuídos certificados de presença.

Alcir Pécora na FLUC

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Alcir Pécora, professor da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Brasil, estará na próxima semana na Faculdade de Letras de Coimbra. A razão da visita prende-se com a recente edição, na coleção ‘Humanities, da Imprensa da Universidade de Coimbra, do volume ‘Mistérios dos Acasos, Doutrina da Ocasião. Estudos sobre o Padre António Vieira’. Trata-se do terceiro volume de uma coleção que abriu com um volume do filósofo da arte Boris Groys, prosseguindo depois com um volume do filósofo do teatro Jorge Dubatti.

Alcir Pécora estará presente numa sessão de lançamento do seu livro e dará uma aula sobre Letras Coloniais. No dia 7, pelas 16h, na sala do Instituto de Estudos Brasileiros, terá lugar uma conversa entre Alcir Pécora e Abel Barros Baptista com o título ‘O que se ensina quando se ensina literatura?’ Pode-se ver a programação no cartaz em anexo.

O IEB de Coimbra, no ano em que celebra 100 anos de uma existência que se iniciou com a designação de Sala do Brasil, congratula-se por poder reunir em conversa duas grandes figuras dos estudos literários do Brasil e de Portugal.

Serão atribuídos certificados de presença a quem o solicitar.

Cartaz do curso breve de Silvio Ferraz

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Como informámos já, Silvio Ferraz dará, nos próximos dias 23 e 24, na sala do IEB, das 14h às 18h, um curso breve com o título A Via Dupla entre a Vanguarda Musical paulista e a Poesia Concreta.

O curso é uma iniciativa conjunta do IEB, do Instituto de Estudos Filosóficos e da Secção de Estudos Artísticos da FLUC, bem como do Grupo de Práticas Artísticas do CEIS20.

Serão atribuídos certificados de participação.

O cartaz é da autoria de Thales Estefani.

Silvio Ferraz no IEB

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Nos próximos dias 23 e 24 de abril, Silvio Ferraz dará no IEB de Coimbra um curso breve sobre música contemporânea brasileira com o título A VIA DUPLA ENTRE A VANGUARDA MUSICAL PAULISTA E A POESIA CONCRETA.

Na foto com que ilustramos este post, da esquerda para a direita, podem-se ver Silvio Ferraz, Gilberto Mendes, F. George Olivier Toni, e Eduardo Alvares. Continue reading

Maria José Goulão, de novo na FLUC

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Na sequência da conferência “Corpos exóticos: figurações da alteridade na cultura visual da época moderna”, que o Instituto de Estudos Brasileiros organizou juntamente com a secção de História da Arte da FLUC a 14 de novembro de 2024, e que foi dedicada ao impacto das culturas ameríndias na imaginação visual europeia, Maria José Goulão, Professora na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto estará de novo na FLUC amanhã, dia 26 de março de 2025, pelas 11h na sala TP1, para uma segunda conferência com o mesmo titulo, agora dedicada ao tema “A imagem do negro africano”.

Maria José Goulão é doutorada em História da Arte pela Universidade de Coimbra e Professora Associada com Agregação da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, onde dirige o Departamento de Ciências da Arte e do Design. É ainda investigadora integrada do GEMA/CEAACP. Foi Professora convidada do  programa de doutoramento em “Patrimónios de influência Portuguesa” (III-UC) e da licenciatura em História da Arte da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Leccionou ainda em diversas universidades em Espanha, França, Itália, Alemanha, Hungria, Islândia, Dinamarca, Eslovénia, Índia, Canadá e Brasil.

É especialista em arte colonial sul-americana, interessando-se sobretudo pelas transferências artísticas e culturais no espaço do Atlântico sul. Tem ainda diversos trabalhos publicados sobre a circulação das imagens, as representações da alteridade, estudos de icononografia e iconologia, história da arte medieval e moderna (sécs. XIV a XVIII), escultura funerária e temas da Morte e do Além.

Como sucedeu com a primeira conferência, também esta é uma realização conjunta do Instituto de Estudos Brasileiros e da secção de História da Arte da FLUC. Teremos todo o gosto em contar com a vossa presença.

Raul Antelo no IEB

48-20240611165428_IMG_3949Na próxima segunda-feira, 3 de fevereiro, pelas 14h, Raul Antelo fará uma conferência na sala do IEB, com o título Modernismo, festa, barroco. Com uma longa carreira na Universidade Federal de Santa Catarina, Raul Antelo produziu uma vasta obra, inicialmente em torno do modernismo brasileiro (com especial incidência em Mário de Andrade), depois em torno de uma ideia expandida de moderno, uma ideia que revisitou munido de um amplo arsenal literário, mas também artístico, teórico e filosófico, convocando um repertório sempre impressionante, e sempre produtivo, de referências hispano-americanas, mas também europeias. Continue reading